domingo, 25 de maio de 2008

Agulha de Salvação - Parte II - Jéssica Campos

"Ela realmente sabe como provocar. Vadiazinha... Dar-lhe-ei o que merece."
- Venha Pet, deixe-me relaxar seus músculos.
- Claro querida, sou totalmente seu. - E com um movimento rápido e ao mesmo tempo brusco ele encaixou-a entre as pernas. Realmente não parecia uma posição amorosa ou algo do tipo, vendo que Pet estava prensando-a entre as pernas.
- O que está fazendo Peter Delle?
- Você acha que é assim? Depois de tudo o que fizemos tudo ficou fácil para você? Uma noite de sexo... Só isso?

Nora não queria falar sobre aquilo. Não agora. Havia passado a tarde inteira debruçada sobre uma maldita mesa de marfim, olhando papeladas burocráticas sobre os casos mais ridículos e inúteis do mundo, enquanto o idiota de seu patrão a observava e cobiçava descaradamente seu corpo. Estava na hora e ela sabia o que tinha que fazer. Isso era sempre rápido, afinal ele era um velho que mal se agüentava em pé. Esse era o preço da beleza... E das promoções.

Peter a virou de bruços e penetrou-a com muita força. Ao mesmo tempo em que tinha vontade de matá-la, amava-a. E como era parte daquela família contraditória, a maneira que demonstrava ambos os sentimentos era daquele jeito.

- Você me ama No?
- O que isso importa? - Dizia Nora sem ar em meio aos gemidos de cada investida do marido.
- Muito! Ama ou não?

Por um momento ele parou. Pensou no que havia feito com sua vida e com a de Nora.

Há um mês, eles eram o casal mais próximo do normal daquele bairro imundo e nojento. Passeavam de mãos dadas e sorrindo para todos.

Peter era um rapaz forte e alto. Tinha olhos verdes como de quem acabara de sair do inverno e adentrava em uma quente primavera.

Seu desejo paterno era visível. Adorava brincar com as crianças emporcalhadas e deformadas do bairro. Promovia várias festas infantis em sua casa, estas que Nora fazia questão de não participar, já que ansiava pelo corpo idealizado que a mídia expunha.

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