sexta-feira, 2 de maio de 2008

Mudanças de Vida - Parte III - Renato Seabra

Kelly se acalma e se alegra ao vê-lo.

- Ahh! Oi amor! Tudo bem? - Ela grita.
- Olá minha querida... Você me ligou?
- Humf! Você nem imagina...
- O que houve? Você... Está machucada?! Quem fez isso?
- Calma meu amor. Foi aquele idiota do Elias. Ele...
- O que ele fez pra você? Ele te agrediu?
- É... Ele me bateu um pouco...
- Eu vou acabar com ele agora...
- Não precisa... Eu bati na cabeça dele com um pedaço de pau e ele está desmaiado agora...
- Ele vai pagar por isso ainda.
- Eu sei que vai.
- Quer sair daqui?
- Claro...

O cara entra no carro e Kelly caminha até o outro lado, onde um capanga, pequeno e encapuzado, como alguns outros, abre a porta pra ela entrar.

Ele liga o carro e os três carros começam a andar pela cidade juntos.

- Então... Ele te agride faz tempo?
- Sim, senhor Gabriel. Não adianta fingir que você não sabe.
- Como assim?
- Você sempre me viu com alguns machucados. Não adianta dizer que não.
- É. Aquele desgraçado. Só não o matei por sua causa, não queria te deixar triste ou te causar problemas.
- Eu estou cansada dele já.
- Se está mesmo, eu posso te dar uma solução pra isso.

Os olhos de Kelly parecem brilhar ao ouvir isso.

- Tem um cara. Ele quase sempre está naquele bar famoso, em frente ao parque... Sabe?
- Sei, sei... E daí?
- Fale com ele. Ele cobra para matar, mas não é caro e pode te oferecer todo um plano para isso ocorrer e você sai totalmente sem culpa.
- Hum... Qual o nome dele?
- Sinto muito. Não posso falar assim. Você saberá que é ele. É muito acessível. Ao entrar no bar, veja quem está sentado quase ali no meio, vestindo uma espécie de casaco antigo, entende?
- Casaco antigo?
- Isso. É um cara com um estilo próprio. Está sempre bebendo alguma coisa por lá.
- Ele é fácil assim? Chegar e falar?
- Claro. Vou te deixar lá na entrada. Só não diga que eu te indiquei. Simplesmente chegue falando. Ele não se importa como você soube dele.

Kelly sente um tom de imposição nas palavras de Gabriel, mas sem muita alternativa naquela hora, "Pode ser..."

Kelly vai pensando muito sobre o próximo fim de Elias. Ela por alguns poucos segundos sente saudades dele, mas como não sabe a origem disso, é levada pelo gosto da vingança. E origens disso não faltavam.

Eles dão uma volta pela cidade. Chegam até o bar. O local é bem cuidado, pois é uma parte do bairro bem mantida pelo governo. Há muitos prédios bonitos ao redor e a rua é muito bem iluminada.

- É aqui querida. Ele deve estar aí.
- Ok, meu bem! Vou falar com ele então! Até mais tarde!
- Tchau. Se cuida. Ligue-me se precisar.Enquanto se despedem, eles trocam alguns beijos e Kelly sai do carro. Logo ela se lembra que não tem mais celular.

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