quarta-feira, 14 de maio de 2008

Stella - Parte I - Paulo Costa

Fazia uma tarde maravilhosa. O céu estava azul e os pássaros cantarolavam suas belíssimas canções. Não se importaria de ter que trabalhar duro para satisfazer os desejos de sua mulher, se tivesse sempre tardes como aquela. Tardes em que o sol poente parece estar ali apenas para ser apreciado, e junto com ele, uma leve brisa de outono, que batia em sua face como um leve toque de seda.

Encomendara com antecedência, em uma das floristas que trabalhavam próximo ao seu escritório, um lindo bouquet de rosas vermelhas, as favoritas de sua amada esposa, Stella.

Estava ansioso para chegar à sua casa. Haviam se passado anos desde que tiveram um jantar romântico a sós. Tinha planejado tudo, cada detalhe, com antecedência. O menu, as flores, as velas, o vinho e até mesmo o vestido que dera para Stella na noite anterior.

O jantar seria perfeito. A comemoração dos seus primeiros nove anos juntos.
O trânsito estava insuportavelmente congestionado, mas ao invés de se estressar como os outros motoristas que o rodeava, retirou tranquilamente uma foto sua com Stella, em seu último passeio, felizes à beira de um extenso lago que espelhava os grandes pinheiros que o circundavam. Apesar do clima não ter sido o desejado, quente e ensolarado, o frio e as volumosas nuvens cinza, transformaram aquele lago e o simples chalé de madeira, no qual estavam instalados, em um lugar muito aconchegante e romântico.

Devido ao congestionamento, chegara a sua casa na total escuridão. Carlos sempre achou melhor morar longe dos grandes centros urbanos, mesmo que para isso tivesse que fazer pequenas viagens até a cidade. Gostava de silêncio e de privacidade.

Guardou o carro e apanhou todos os preparativos que lhe fizeram companhia durante todo o trajeto, no banco de passageiros.

Sem fazer qualquer barulho, Carlos abriu a porta e andou até a cozinha muito lentamente. A surpresa teria que ser perfeita. Prepararia a mais bela das mesas de jantar para a sua amada. E assim o fez.

Apreciou por um momento o que havia feito e ensaiou alguns galanteios diante da mesa, para impressionar Stella ainda mais. Ela sempre dizia que surpresas românticas eram raríssimas nos dias de hoje e, como uma das últimas românticas, sentia falta de tais gestos.

Caminhou para longe da mesa, mas não antes de acender lindas velas ornamentais vermelhas, a cor favorita dela.

Estava um pouco nervoso, poderia até dizer eufórico. Sentia como se estivesse saindo para um jantar a dois pela primeira vez, suas mãos tremiam tanto quanto os seus joelhos.

Parou ao chegar à porta de seu quarto, respirou fundo e a abriu, lentamente.

Um comentário:

Jé Campos disse...

Adoro esses seios! '')
Muito bons os contos heim!