quinta-feira, 15 de maio de 2008

Stella - Parte II - Paulo Costa

As grandes portas de vidro que davam acesso a um belo jardim, muito bem cuidado, estavam abertas, deixando entrar um vento gélido e luzes de tons azuis, que iluminavam o jardim. As cortinas brancas, lisas e leves, esvoaçavam suavemente como se apontassem para ela, Stella, deitada próximo à borda da cama, envolta em um lençol igualmente branco, como sua pele, que refletia o azul das luzes do jardim, dando um aspecto de sonho, surreal, àquele cenário.

O lindo vestido, em tons de vermelho escuro, estava perfeitamente pronto e arrumado, sobre uma das elegantes poltronas ao lado da cama do casal, para que ela o vestisse.
Carlos se maravilhou ao encontrar a sua amada esposa ali, em um sono profundo e sereno. Nunca se cansava de observá-la. Seus olhos brilhavam como duas pequenas estrelas no meio de todo aquele tênue azul difuso. Andou até a poltrona e acariciou levemente o tecido do vestido. Como era macio.

Teria que acordar Stella, mais cedo ou mais tarde, e porque não gentilmente, colocando o vestido sobre sua pele nua?

Aproximou-se da cama com o vestido nas mãos e começou a retirar o lençol que a envolvia, lentamente.

A luz azul, agora formava uma única sombra na parede lateral do quarto, como uma pintura, uma obra de arte, mostrando as curvas perfeitas da mulher que, para Carlos, era a mais perfeita de todas.

Deslizou o vestido leve como uma pluma sobre o corpo de sua amada e deu-lhe um beijo na ponta dos seus lábios. Ajoelhou-se ao lado da cama e retirou novamente a foto, que tiraram à beira do lago.

- Eu te amo, Stella. - Sussurrou, acariciando o rosto rosado de uma Stella sorridente, registrada para sempre em uma fotografia. - Eu te amo.

A viagem até o lago, fora um presente de seu chefe, que vendo o esforço e a dedicação de Carlos, resolveu dar-lhe alguns dias de descanso em algum lugar longe dos grandes centros comerciais e preocupações com os negócios. Exatamente como Carlos apreciava.

Em uma das tardes frias, passeando pelo lago, remando um velho barco, Stella pediu para Carlos que parasse por alguns instantes, para que pudesse lhe dizer algo importante. E ela assim o fez.

- Porque teve que dizer tais palavras, minha amada? - Perguntou Carlos, em um tom calmo e delicado. - Porque justamente agora, próximo do nosso nono aniversário de casamento, em um momento tão maravilhoso de nossas vidas?

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